Não mostrar no feed de notícias
Algumas
vezes, rolando meu feed de notícias
no Facebook, eu excluo a atualização
de várias pessoas. Os motivos são diversos: fotos de maus tratos a animais ou
velhinhos e crianças; posicionamentos preconceituosos; machismos; ataques de
carência; indiretas pra ex-namorado; fotos dignas de book de modelo seguidas de frases filosóficas que dizem “não sou só o rosto e o corpo, tá
pessoal! Eu também tenho cérebro!”; provocações de times de futebol...
Nossa! A lista é infindável. Tanto, que muitas vezes começo a checar as
novidades no Face, elas quase não
aparecem e eu penso: Uau, como eu tiro atualizações!
Agora
a pouco eu fui fazer uma exclusão e me lembrei de quem não compartilha desse
pensamento. A justificativa é “gostar de saber como as pessoas com quem me
relaciono pensam, e por isso não excluo nada, vejo tudo, leio tudo, mesmo
achando muitas coisas postadas uma bobagem”.
Bom,
comigo é mais imediato: postou porcaria uma vez, tá fora! Não preciso ver
porcaria diariamente para querer saber como neguinho pensa. Uma ou duas pérolas
já me bastam! É, não afeta muita gente, mas afeta a mim!
Eu
acho que sou precipitada em muitos julgamentos e isso pesa na minha decisão de
exclusão. É muito parecido quando eu não gosto de uma pessoa – tenha ela me
feito ou não algum mal! Se fez então, aí a guerra tá declarada, mesmo que
muitas vezes, (senão todas) burramente é uma guerra que eu travo sozinha. Se eu
fosse ditadora, Pinochet e Hitler ficariam no chinelo! Quando eu tenho raiva de
alguém, quero que o mundo inteiro me dê razão e tenha raiva comigo! Não suporto
que me venham com discurso do tipo “mas
tente ver o outro lado, o lado da outra pessoa que te fez isso!”... Não
quero ver lado nenhum! A pessoa me machucou! É como um desejo de apedrejamento
em praça pública, tamanha a raiva!
Sabe
qual a parte mais angustiante disso?... É saber a criaturinha inferior que eu
me torno por pensar assim. Esse não é um texto que pretende demonstrar através
dos fatos como eu tenho razão. É um texto que expõe através dos mesmos fatos, o
quanto eu ainda preciso ignorar certas coisas, aprender e subir uns
degrauzinhos na escada evolutiva.
Sabe
aquela coisa do “Desencana disso! Dane-se
que a pessoa tenha te feito isso ou pense mal de você! Simplesmente a exclua da
sua vida e siga em frente”... Eu queria lá no fundo desencanar mesmo e não
me importar. É como se eu quisesse ter a oportunidade de perguntar pra pessoa “o que foi que eu te fiz pra você me tratar
assim?” Que fique bem claro que não é um desejo de vingança, é um desejo de
retratação mesmo. Do mesmo jeito que tenho vontade de no Facebook escrever um inbox:
“Por favor, caro ser humano, me diga que
não é verdade que você realmente está de acordo com isso que acaba de postar!
Cê tava brincando, né?”
Muitas
vezes eu prefiro não saber o que certas pessoas falaram de mim por aí e quando
alguém vem me contar eu pergunto: falou mal de mim?... Então não quero saber,
por favor! É um comportamento parecido como não querer que isso ou aquilo apareça
no meu feed. Eu super aumento as
minhas reações de raiva e simplesmente não consigo só lamentar que certas
pessoas sejam tão imbecis, pensem de maneira tão igualmente imbecil e saiam
impunes sem que ninguém lhes pergunte “Por
queeee?”...
Não
que minha forma de pensar, exposta nesse texto seja um exemplo a ser seguido.
Nem de longe! Talvez seja tão insano quanto tudo que eu julgo e não compreendo.
Mas, essa sou eu, me despindo e admitindo o desconforto e o mal estar que me
causam sentir-se dessa forma. Eu desejo que certos fatos não cheguem através de
meus ouvidos a serem publicados no muro de noticiários da minha alma. Talvez
esse seja um indício dela me pedindo: “Não
pendura nada aqui, que você ainda não tem condições de assimilar certas coisas.
Você é dona de uma cabecinha muito confusa! Milhares de palavrinhas espalhadas
e que quando tentam se juntar em fala, não explicam nada e confundem todo mundo”.
Eu
excluo as pessoas lá do feed (seja do
Face ou da alma) e não excluo o que
de mais importante tem: o sentimento com relação ao que elas fazem.
Hunf!
Medo de mim!
Nenhum comentário:
Postar um comentário