segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Não mostrar no feed de notícias
                
Algumas vezes, rolando meu feed de notícias no Facebook, eu excluo a atualização de várias pessoas. Os motivos são diversos: fotos de maus tratos a animais ou velhinhos e crianças; posicionamentos preconceituosos; machismos; ataques de carência; indiretas pra ex-namorado; fotos dignas de book de modelo seguidas de frases filosóficas que dizem “não sou só o rosto e o corpo, tá pessoal! Eu também tenho cérebro!”; provocações de times de futebol... Nossa! A lista é infindável. Tanto, que muitas vezes começo a checar as novidades no Face, elas quase não aparecem e eu penso: Uau, como eu tiro atualizações!

Agora a pouco eu fui fazer uma exclusão e me lembrei de quem não compartilha desse pensamento. A justificativa é “gostar de saber como as pessoas com quem me relaciono pensam, e por isso não excluo nada, vejo tudo, leio tudo, mesmo achando muitas coisas postadas uma bobagem”.

Bom, comigo é mais imediato: postou porcaria uma vez, tá fora! Não preciso ver porcaria diariamente para querer saber como neguinho pensa. Uma ou duas pérolas já me bastam! É, não afeta muita gente, mas afeta a mim!

Eu acho que sou precipitada em muitos julgamentos e isso pesa na minha decisão de exclusão. É muito parecido quando eu não gosto de uma pessoa – tenha ela me feito ou não algum mal! Se fez então, aí a guerra tá declarada, mesmo que muitas vezes, (senão todas) burramente é uma guerra que eu travo sozinha. Se eu fosse ditadora, Pinochet e Hitler ficariam no chinelo! Quando eu tenho raiva de alguém, quero que o mundo inteiro me dê razão e tenha raiva comigo! Não suporto que me venham com discurso do tipo “mas tente ver o outro lado, o lado da outra pessoa que te fez isso!”... Não quero ver lado nenhum! A pessoa me machucou! É como um desejo de apedrejamento em praça pública, tamanha a raiva!

Sabe qual a parte mais angustiante disso?... É saber a criaturinha inferior que eu me torno por pensar assim. Esse não é um texto que pretende demonstrar através dos fatos como eu tenho razão. É um texto que expõe através dos mesmos fatos, o quanto eu ainda preciso ignorar certas coisas, aprender e subir uns degrauzinhos na escada evolutiva.

Sabe aquela coisa do “Desencana disso! Dane-se que a pessoa tenha te feito isso ou pense mal de você! Simplesmente a exclua da sua vida e siga em frente”... Eu queria lá no fundo desencanar mesmo e não me importar. É como se eu quisesse ter a oportunidade de perguntar pra pessoa “o que foi que eu te fiz pra você me tratar assim?” Que fique bem claro que não é um desejo de vingança, é um desejo de retratação mesmo. Do mesmo jeito que tenho vontade de no Facebook escrever um inbox: “Por favor, caro ser humano, me diga que não é verdade que você realmente está de acordo com isso que acaba de postar! Cê tava brincando, né?”

Muitas vezes eu prefiro não saber o que certas pessoas falaram de mim por aí e quando alguém vem me contar eu pergunto: falou mal de mim?... Então não quero saber, por favor! É um comportamento parecido como não querer que isso ou aquilo apareça no meu feed. Eu super aumento as minhas reações de raiva e simplesmente não consigo só lamentar que certas pessoas sejam tão imbecis, pensem de maneira tão igualmente imbecil e saiam impunes sem que ninguém lhes pergunte “Por queeee?”...

Não que minha forma de pensar, exposta nesse texto seja um exemplo a ser seguido. Nem de longe! Talvez seja tão insano quanto tudo que eu julgo e não compreendo. Mas, essa sou eu, me despindo e admitindo o desconforto e o mal estar que me causam sentir-se dessa forma. Eu desejo que certos fatos não cheguem através de meus ouvidos a serem publicados no muro de noticiários da minha alma. Talvez esse seja um indício dela me pedindo: “Não pendura nada aqui, que você ainda não tem condições de assimilar certas coisas. Você é dona de uma cabecinha muito confusa! Milhares de palavrinhas espalhadas e que quando tentam se juntar em fala, não explicam nada e confundem todo mundo”.

Eu excluo as pessoas lá do feed (seja do Face ou da alma) e não excluo o que de mais importante tem: o sentimento com relação ao que elas fazem.

Hunf! Medo de mim!

Nenhum comentário:

Postar um comentário