“Ora e pede. Em seguida, presta
atenção. Algo virá por alguém, ou por intermédio de alguma coisa doando-te na
essência, as informações ou os avisos que solicites.” (Emmanuel)
Eu
não sou uma pessoa carinhosa. Não sou!
Eu
não sou uma pessoa sensível! Não, não...
Eu
não sou uma pessoa empática de cara...
Eu
sou uma pessoa de gestos concretos...
Não
sou uma pessoa sentimental...
E
tenho tendências enormes ao individualismo!
Se
você me conhece, leu tudo isso e discordou de alguma coisa, ou mesmo de tudo
isso que acabei de dizer é porque entrou em contato com a pessoa que eu não quero e tento não ser, mas que eu sei que é muito fácil ser, tornar-se ou deixar
tomar conta de mim.
Sabe
por quê?... Porque para mim foi e ainda é muito fácil ser a pessoa dessas
características, pois é de coisas como essas que fui rodeada, foi assim que eu
aprendi a ser e é assim que eu acabei devolvendo ao mundo e achando tudo isso
muito normal, muitas vezes beirando, outras vezes por inteiro na grosseria... Mas
como todo ser pensante que questiona, já há bastante tempo vi e percebi que
isso era um bom modelo do que não
ser. E eu não quero! E eu tento todos
os dias ser diferente. Mas tem algo que posso dizer com propriedade – é um desafio
enorme não se solidificar nos modelos que recebemos.
Eu
não tenho plena capacidade de fazer essa mudança sozinha, então o que eu faço?...
Eu rezo! Peço a Deus todos os dias que me ajude a ser uma pessoa melhor, uma
pessoa que observa e entende o próximo, e que assim se entende.
“Assim como imagina o seu
coração, assim ele é!” (Prov. C 23, V. 7) E o meu coração, eu
não o vejo como eu descrevi no início desse texto, embora muitas vezes eu aja
ou tenha agido assim, mas aquele não é o meu coração! Meu coração é como eu peço
a Deus que ele seja, é como eu quero que ele seja: gentil, carinhoso,
atencioso, empático, cativante, compreensivo, justo e cheio, cheio de amor!
Porque quando Ele me olha, Ele não vê o que vida me tornou, Ele vê exatamente
quem eu sou, porque Ele me formou, me conhece desde sempre. “Posso andar mais uma
milha, eu sou amor! Posso orar por aqueles que me perseguem, eu sou amor! Nada pode
mudar isso! Eu posso me tornar aquilo que desejo me tornar, eu sou amor e nada
pode mudar isso!” (repito isso como um mantra)
Eu
ia dizendo que peço a Deus que me ajude a ser quem eu de verdade sou. Hoje eu
tive uma demonstração daquilo que sempre peço. O engraçado, é que “ela (a fé)
se move por caminhos misteriosos.” Eu, que não quero que minha personalidade
seja justificada pela minha criação, fui colocada de frente com uma pessoinha
que recebeu da vida muito menos que eu, de quem a vida talvez vá cobrar
desafios muito maiores quando se tratar de dar, receber e esperar o amor
naturalmente. Eu, que acho que não vi ou não recebi o suficiente de afeto, vi
nos olhos de uma pequenina o medo, o medo de não ser amada, de não saber o que
fazer para as pessoas gostarem dela. E ela, que teve tão pouco, exigiu tanto de
mim hoje. Exigiu que através daquilo que eu não tenho tanta prática, fizesse
com que ela sentisse que eu confiava inteiramente nela, que ela merecia todo
amor do mundo, porque de quem ela mais esperava, ela não teve!
Todos
os dias as pessoas travam batalhas imensas dentro de si. Essas batalhas são
invisíveis aos meus e aos seus olhos, que tão rapidamente julgam e tiram
conclusões precipitadas. Eu acredito que a vida vai tomando os formatos que
toma, que cada pessoa colocada no nosso caminho é colocada por uma razão -
vamos aprender algo com elas! Uma hora estamos de um lado, e na mesma hora do
lado oposto. Conheço pessoas, que não importa de que lado estejam, jamais vão
aprender a proposta de crescimento que a vida lhes lança. Estão ocupadas demais
com seus egos feridos, com suas justificativas, com seus olhares incapazes de
cruzar barreiras.
Hoje
eu vi que tudo aquilo que nos tornamos quando adultos pode ser resultado de
algo que desejamos tanto na infância e que de certa forma nos frustramos. Que
nossas decepções não nos definam. Que eu e você estejamos prontos para o abraço
apertado que a vida quer nos dar pra reafirmar mil vezes: “você é capaz sim, de
dar o que não recebeu; de ser aquilo que não foram com você e através disso ir
de encontro com a pessoa que você quer ser e verdadeiramente é!”