quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

One Art
Elisabeth bishop
The art of losing isn’t hard to master;
so many things seem filled with the intent
to be lost that their loss is no disaster.

Lose something every day. Accept the fluster
of lost door keys, the hour badly spent.
The art of losing isn’t hard to master.

Then practice losing farther, losing faster:
places, and names, and where it was you meant
to travel. None of these will bring disaster.

I lost my mother’s watch. And look! my last, or
next-to-last, of three loved houses went.
The art of losing isn’t hard to master.

I lost two cities, lovely ones. And, vaster,
some realms I owned, two rivers, a continent.
I miss them, but it wasn’t a disaster.

—Even losing you (the joking voice, a gesture
I love) I shan’t have lied. It’s evident
the art of losing’s not too hard to master
though it may look like (Write it!) like disaster.
Mary Elizabeth Frye

Do not stand at my grave and weep 
I am not there. I do not sleep. 
I am a thousand winds that blow. 
I am the diamond glints on snow. 
I am the sunlight on ripened grain. 
I am the gentle autumn rain. 
When you awaken in the morning's hush 
I am the swift uplifting rush 
Of quiet birds in circled flight. 
I am the soft stars that shine at night. 
Do not stand at my grave and cry; 
I am not there. I did not die. 

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

“Ora e pede. Em seguida, presta atenção. Algo virá por alguém, ou por intermédio de alguma coisa doando-te na essência, as informações ou os avisos que solicites.” (Emmanuel)


Eu não sou uma pessoa carinhosa. Não sou!
Eu não sou uma pessoa sensível! Não, não...
Eu não sou uma pessoa empática de cara...
Eu sou uma pessoa de gestos concretos...
Não sou uma pessoa sentimental...
E tenho tendências enormes ao individualismo!

Se você me conhece, leu tudo isso e discordou de alguma coisa, ou mesmo de tudo isso que acabei de dizer é porque entrou em contato com a pessoa que eu não quero e tento não ser, mas que eu sei que é muito fácil ser, tornar-se ou deixar tomar conta de mim.

Sabe por quê?... Porque para mim foi e ainda é muito fácil ser a pessoa dessas características, pois é de coisas como essas que fui rodeada, foi assim que eu aprendi a ser e é assim que eu acabei devolvendo ao mundo e achando tudo isso muito normal, muitas vezes beirando, outras vezes por inteiro na grosseria... Mas como todo ser pensante que questiona, já há bastante tempo vi e percebi que isso era um bom modelo do que não ser. E eu não quero! E eu tento todos os dias ser diferente. Mas tem algo que posso dizer com propriedade – é um desafio enorme não se solidificar nos modelos que recebemos.

Eu não tenho plena capacidade de fazer essa mudança sozinha, então o que eu faço?... Eu rezo! Peço a Deus todos os dias que me ajude a ser uma pessoa melhor, uma pessoa que observa e entende o próximo, e que assim se entende.

“Assim como imagina o seu coração, assim ele é!” (Prov. C 23, V. 7) E o meu coração, eu não o vejo como eu descrevi no início desse texto, embora muitas vezes eu aja ou tenha agido assim, mas aquele não é o meu coração! Meu coração é como eu peço a Deus que ele seja, é como eu quero que ele seja: gentil, carinhoso, atencioso, empático, cativante, compreensivo, justo e cheio, cheio de amor! Porque quando Ele me olha, Ele não vê o que vida me tornou, Ele vê exatamente quem eu sou, porque Ele me formou, me conhece desde sempre. “Posso andar mais uma milha, eu sou amor! Posso orar por aqueles que me perseguem, eu sou amor! Nada pode mudar isso! Eu posso me tornar aquilo que desejo me tornar, eu sou amor e nada pode mudar isso!” (repito isso como um mantra)

Eu ia dizendo que peço a Deus que me ajude a ser quem eu de verdade sou. Hoje eu tive uma demonstração daquilo que sempre peço. O engraçado, é que “ela (a fé) se move por caminhos misteriosos.” Eu, que não quero que minha personalidade seja justificada pela minha criação, fui colocada de frente com uma pessoinha que recebeu da vida muito menos que eu, de quem a vida talvez vá cobrar desafios muito maiores quando se tratar de dar, receber e esperar o amor naturalmente. Eu, que acho que não vi ou não recebi o suficiente de afeto, vi nos olhos de uma pequenina o medo, o medo de não ser amada, de não saber o que fazer para as pessoas gostarem dela. E ela, que teve tão pouco, exigiu tanto de mim hoje. Exigiu que através daquilo que eu não tenho tanta prática, fizesse com que ela sentisse que eu confiava inteiramente nela, que ela merecia todo amor do mundo, porque de quem ela mais esperava, ela não teve!

Todos os dias as pessoas travam batalhas imensas dentro de si. Essas batalhas são invisíveis aos meus e aos seus olhos, que tão rapidamente julgam e tiram conclusões precipitadas. Eu acredito que a vida vai tomando os formatos que toma, que cada pessoa colocada no nosso caminho é colocada por uma razão - vamos aprender algo com elas! Uma hora estamos de um lado, e na mesma hora do lado oposto. Conheço pessoas, que não importa de que lado estejam, jamais vão aprender a proposta de crescimento que a vida lhes lança. Estão ocupadas demais com seus egos feridos, com suas justificativas, com seus olhares incapazes de cruzar barreiras.

Hoje eu vi que tudo aquilo que nos tornamos quando adultos pode ser resultado de algo que desejamos tanto na infância e que de certa forma nos frustramos. Que nossas decepções não nos definam. Que eu e você estejamos prontos para o abraço apertado que a vida quer nos dar pra reafirmar mil vezes: “você é capaz sim, de dar o que não recebeu; de ser aquilo que não foram com você e através disso ir de encontro com a pessoa que você quer ser e verdadeiramente é!”

segunda-feira, 30 de setembro de 2013


“How can you expect a person who was raised on a desert to swim like a fish?”
Elizabeth Bishop

Sabedoria é algo que não necessariamente nasce da mesma fonte. Ela brota dos lugares mais inusitados e se combina às mais diferentes possibilidades. Essa citação acima, por exemplo, da considerada uma das poetisas americanas mais importantes do século XX veio de encontro direto com uma das personagens mais conhecidas do brasileiríssimo Jorge Amado – Gabriela! É dela que vem aquela síndrome tão conhecida por nós, a Síndrome de Gabriela, já ouviu falar?... Bom, resume-se em “eu nasci assim, eu cresci assim...” E assim, supomos que os cidadãos que possuem a Síndrome de Gabriela também morrerão assim. Pelo simples e lamentável fato de não acharem possível, ou simplesmente não terem o menor desejo de mudança.

Existem coisas que se colocam como um impedimento para mudar: porque representam uma desconfiguração por vezes muito grande de nossas personalidades e claro, isso assusta! Mudar significa aventurar-se por terrenos desconhecidos. Corajosos são os que se propõem a pisar lá. Digo corajosos, porque sempre haverá quem diante da citação acima diga que não é necessário se tornar um peixe para ser aceito, ou gostado. Com toda certeza, mas o famoso “quem tiver que gostar de mim, vai ter que gostar como eu sou” cria uma zona de conforto enorme e por vezes perigosa. Faz com que nos sintamos à vontade para permanecermos para todo o sempre do jeito que somos. Eu não tenho pretensão nenhuma de me tornar um peixe. Não sou um, não me daria bem como um. Mas penso que as habilidades de um peixe acrescentariam tanto na minha vida de quem foi criada no deserto. Não quero para o resto da vida ter habilidades de sobrevivência que só servem para as regiões secas e sem água... Você nunca sabe o que ai encontrar por aí!

Há um programa na TV chamado “Magros versus Obesos”. É estereotipado e exagerado, mas quando vi, me propôs uma grande reflexão. Nele os participantes sofrem uma mudança chocante nos seus hábitos alimentares ruins para avaliarem se isso os faz repensar como comem e vivem. A moça de braços finos que até parecem que vão quebrar precisa comer no café da manhã porções de presunto com ovos e bacon, aquelas rosquinhas enormes e açucaradas, acompanhadas de refrigerante. E aquele cara trajando roupas que parecem terem sido feitas sob medida de tão grandes, tem que se contentar com um prato branco e grande coberto apenas de três vagens, um ovo de codorna e um frango grelhado pálido. O que eu me pergunto se os dois participantes sentiram, além da extrema dificuldade em comer o que lhe foi apresentado é o quanto era difícil para o outro comer o que eu facilmente comeria. Nenhuma das duas dietas é ideal, mas a combinação das duas poderia ajudar os dois lados.


O grande e humano prazer de aprender com o outro. De pensar fora dos nossos limites para concluir que o que é fácil para nós pode representar um grande desafio para o outro e vice versa. Mas que os benefícios para quem se aventura são tão engrandecedores, que todos fariam se soubessem disso. Tomariam formato em seus corpos que fariam seus interiores mais felizes. E a gente sabe - quem é feliz por dentro, reflete por fora. E claro, isso não deve ser porque foi dormir e acordou todos os dias iguais. Somos produto da transformação e que bom que isso se dá em contato um com os outros.
Não mostrar no feed de notícias
                
Algumas vezes, rolando meu feed de notícias no Facebook, eu excluo a atualização de várias pessoas. Os motivos são diversos: fotos de maus tratos a animais ou velhinhos e crianças; posicionamentos preconceituosos; machismos; ataques de carência; indiretas pra ex-namorado; fotos dignas de book de modelo seguidas de frases filosóficas que dizem “não sou só o rosto e o corpo, tá pessoal! Eu também tenho cérebro!”; provocações de times de futebol... Nossa! A lista é infindável. Tanto, que muitas vezes começo a checar as novidades no Face, elas quase não aparecem e eu penso: Uau, como eu tiro atualizações!

Agora a pouco eu fui fazer uma exclusão e me lembrei de quem não compartilha desse pensamento. A justificativa é “gostar de saber como as pessoas com quem me relaciono pensam, e por isso não excluo nada, vejo tudo, leio tudo, mesmo achando muitas coisas postadas uma bobagem”.

Bom, comigo é mais imediato: postou porcaria uma vez, tá fora! Não preciso ver porcaria diariamente para querer saber como neguinho pensa. Uma ou duas pérolas já me bastam! É, não afeta muita gente, mas afeta a mim!

Eu acho que sou precipitada em muitos julgamentos e isso pesa na minha decisão de exclusão. É muito parecido quando eu não gosto de uma pessoa – tenha ela me feito ou não algum mal! Se fez então, aí a guerra tá declarada, mesmo que muitas vezes, (senão todas) burramente é uma guerra que eu travo sozinha. Se eu fosse ditadora, Pinochet e Hitler ficariam no chinelo! Quando eu tenho raiva de alguém, quero que o mundo inteiro me dê razão e tenha raiva comigo! Não suporto que me venham com discurso do tipo “mas tente ver o outro lado, o lado da outra pessoa que te fez isso!”... Não quero ver lado nenhum! A pessoa me machucou! É como um desejo de apedrejamento em praça pública, tamanha a raiva!

Sabe qual a parte mais angustiante disso?... É saber a criaturinha inferior que eu me torno por pensar assim. Esse não é um texto que pretende demonstrar através dos fatos como eu tenho razão. É um texto que expõe através dos mesmos fatos, o quanto eu ainda preciso ignorar certas coisas, aprender e subir uns degrauzinhos na escada evolutiva.

Sabe aquela coisa do “Desencana disso! Dane-se que a pessoa tenha te feito isso ou pense mal de você! Simplesmente a exclua da sua vida e siga em frente”... Eu queria lá no fundo desencanar mesmo e não me importar. É como se eu quisesse ter a oportunidade de perguntar pra pessoa “o que foi que eu te fiz pra você me tratar assim?” Que fique bem claro que não é um desejo de vingança, é um desejo de retratação mesmo. Do mesmo jeito que tenho vontade de no Facebook escrever um inbox: “Por favor, caro ser humano, me diga que não é verdade que você realmente está de acordo com isso que acaba de postar! Cê tava brincando, né?”

Muitas vezes eu prefiro não saber o que certas pessoas falaram de mim por aí e quando alguém vem me contar eu pergunto: falou mal de mim?... Então não quero saber, por favor! É um comportamento parecido como não querer que isso ou aquilo apareça no meu feed. Eu super aumento as minhas reações de raiva e simplesmente não consigo só lamentar que certas pessoas sejam tão imbecis, pensem de maneira tão igualmente imbecil e saiam impunes sem que ninguém lhes pergunte “Por queeee?”...

Não que minha forma de pensar, exposta nesse texto seja um exemplo a ser seguido. Nem de longe! Talvez seja tão insano quanto tudo que eu julgo e não compreendo. Mas, essa sou eu, me despindo e admitindo o desconforto e o mal estar que me causam sentir-se dessa forma. Eu desejo que certos fatos não cheguem através de meus ouvidos a serem publicados no muro de noticiários da minha alma. Talvez esse seja um indício dela me pedindo: “Não pendura nada aqui, que você ainda não tem condições de assimilar certas coisas. Você é dona de uma cabecinha muito confusa! Milhares de palavrinhas espalhadas e que quando tentam se juntar em fala, não explicam nada e confundem todo mundo”.

Eu excluo as pessoas lá do feed (seja do Face ou da alma) e não excluo o que de mais importante tem: o sentimento com relação ao que elas fazem.

Hunf! Medo de mim!

domingo, 28 de outubro de 2012



A importância do lado “ruim” das coisas

             Dias atrás, falando com um amigo muito perspicaz e libriano, ele me lembrou das características mais marcantes deste signo. A maior e mais notória de todas talvez esteja em seu símbolo – a balança, a busca pelo equilíbrio. Mas o mesmo amigo reconheceu que muitas vezes, os nativos deste signo, ao buscar pela tão desejada harmonia, muitas vezes se descontrolam e desequilibram. Muito disso pode estar em outra característica bem marcante deles – a busca pelo belo! Os librianos tem um tino tão apurado pelas coisas belas, que muitas vezes querem pesar na balança apenas elas! Mas oras, isso é contraditório para uma balancinha, não acha?

Todas as coisas possuem importância, logo, todos os lados também são belos! Será possível então dessa forma encontrar beleza na tristeza, na saudade ou no peso? Ou será que somente a alegria, a presença e a leveza possuem seus méritos? Se acaso todos os lados não forem considerados, a tal balança ficará descompensada, chegando enfim à outra característica deles – a dúvida! A dúvida no que distribuir dos dois lados.

Talvez seja mesmo mais fácil, mais previsível, mais imposto em nossa vivência que somente coisas positivas devam fazer parte de nossa vida. Mas eu pergunto: haveria claridade, se não houvesse a escuridão? Haveria som se não houvesse o silêncio?... Logo, o que seria do positivo, se não vivenciássemos também coisas negativas?... Já consigo pensar aqui, de bate pronto que milhares de sambas não teriam sido escritos, se não fosse pela tristeza!

Falemos mais a respeito da mal fadada e indesejada tristeza - Quando eu digo da necessidade de nos sentirmos tristes, não me refiro a uma tristeza que vai te trazer uma depressão severa, 20 quilos a mais na balança, perda de emprego e pulsos cortados! É uma tristeza que dá importância às coisas – a todas elas! A tudo que as pessoas falam, comentam e pensam! Oras! Sou um ser passando minha existência nesse plano espiritual. Então, tudo que ouço é importante sim! Inclusive as coisas que permito que me deixem triste. Uma tristeza sábia, que conhece o seu tempo e a sua vez e que depois de sentida permite que eu faça melhor as minhas escolhas – quem eu quero e quem eu não quero fazendo parte do meu ciclo de vida? E por falar em vida, quem não quer qualidade na sua? Para que haja, é necessário que algumas coisas sejam separadas, que uma plaquinha com dizeres: “meu coração é uma casa com um ritmo tocando. Quem não sabe ou não quer aprender a dançar a música que toca aqui dentro, eu nem atendo a campainha” seja visualizada por todos.

Talvez, subestimemos o “ficar triste” ao aceitar ou não achar grave as coisas que ouvimos. Ao não darmos importância ao que escutamos. Dar importância é se dar importância. Eu, de minha parte me preocupo cada vez mais com a capacidade que o ser humano tem criado em não se indignar com certas coisas. Ao achar que tudo é aceitável e tudo é normal. Não raro, este mesmo ser humano se decepciona em algum momento e nem se dá conta do quanto foi responsável por aquele desfecho, por aquele permissivismo todo! - É um rir de tudo, achar graça em tudo. Porque afinal de contas, tudo é uma grande piada e a gente tem mais é que rir. Dia desses escutei uma pessoa chamando o amigo de macaco, e todos, mas todos mesmo, inclusive o negro em questão acharam engraçado! São piadas tão desagradáveis, pejorativas e desnecessárias, sobre deficientes, raças, nomes pitorescos e aí a gente é obrigado escutar que é “é tudo piada, gente!” Me assusta de verdade, essa graça toda que eu não vejo.
           
Há uma cumplicidade e uma aceitação tão grande nas pessoas que tudo de fato é uma piada. E quando eu vejo a gravidade, dou importância e fico triste com certos quadros, sou tachada de chata, literalmente de “sem graça...” Gente!!! Eu não vejo mesmo graça nenhuma nessa equipe super bem engajada em montar picadeiros enormes onde ora somos os palhaços sendo aplaudidos por nossos comentários infelizes e ora somos a platéia que alimenta essa sujeirada toda! Quando é que as pessoas vão se dar conta dos circos que armam? Quando vão perceber que trazem isso pra suas vidas em todos os aspectos, inclusive os tão delicados sentimentais?

Ao recusar a tristeza, arrastamos uma vida cheia de máscaras e fingimentos. Uma vida que tem uma alegria falsa, um não encarar de frente as coisas. Escolhemos pessoas que não nos amam, não nos valorizam e não se interessam pelo nosso interior para estarmos lado a lado, gente que literalmente faz piada dos sentimentos que temos. E vamos construir o quê com essas pessoas? O que elas vão nos agregar? O que diabos elas estão fazendo aqui do lado de dentro? Porra! Me assusta que a mulherada, goste tanto de levantar a bandeira da independência sexual, financeira e sentimental e esteja todos os dias vivendo um maldito e retrógrado “ruim com ele, pior sem ele.” Que isso, mermão?...

Não se trata de uma negatividade, de uma tristeza, de um lado ruim puro! Trata-se de uma sanidade de quem hoje caminha pelo lado luminoso da vida, mas sabe o quanto coube de escuridão pra que a claridade chegasse! De quem acredita tanto no ser humano, que se entristece sim e muito, cada vez que vê um vacilo sair de um ser que é tão capaz de fazer o bem!

quinta-feira, 11 de outubro de 2012



As pausas...

Quando eu estava na escola e fazia aula de produção de textual, as professoras sempre chamavam minha atenção para o mesmo detalhe: "Você usa muitas vírgulas, muitas reticências, não pode, tá demais!"

Ora, não foram uma ou duas professoras, foram todas elas... Logo supus que devia mesmo algo de errado haver...

Mas para mim era mais que necessário, era preciso que houvesse pausas de cá... Pausas de lá... Se minha leitura se identificava com elas, assim também era minha escrita...

Respira, pausa, reflete, ouça o som do que está lendo, saboreie os sons, como quem ouve uma música, os significados... As pausas imprimem essas necessidades!

De qualquer maneira, fui ao longo do tempo “economizando” nessas marcas e agora notando que sinto fala delas... Não tenho usado tanto... Fui esquecendo o quanto elas me encantam....

Vou então, recuperá-las... Uma a uma, mas com pausas, pois agora evidenciou-se a falta que senti delas...

Bem vindas, pausas... Uma a uma se reencontrando comigo....