domingo, 22 de agosto de 2010

A todos aqueles que (e foram por ele tocados) assistiram....


Respondendo e agradecendo a indicação que recebi...

Ri muito, ri alto com a história do americano esperando o metrô e que no contato visual se vê no meio da história do casal do lado oposto...

Os mímicos dispensa comentários, que coisa mais sem igual! Pensei tantas coisas....

Me vi compartilhando uma certa tristeza na distância que a mãe percorre pra deixar o filho, atravessar a cidade pra trabalhar, cantar uma musiquinha de ninar na língua dela, um choque cultural, sei lá! E falando nele, a voz triste e rouca do negro cantando pra enfermeira... Lindo, lindo!

A morte sendo representada por um cawboy, puts que ideia!

"-Do you hear me?...
-No, I see you!"
Sempre gostei da Natalie Portman

Os efeitos que dispensam falas na história da vampira, um comic book em movimento....

Até o Oscar Wilde, com toda a excentricidade que é só dele, apareceu! Ele que significou tanto, me fazia pesquisar tanto sobre ele quando eu comecei a gostar dos sons do inglês.... Confesso que quando vi a mocinha na frente do túmulo dele, e ele em si ali na cadeirinha, pensei -"Ah não! Isso é muito pessoal, isso é muito um pedacinho das coisas que eu gosto e que fazem parte de mim"... E ver o noivo dela não entendendo e não compartilhando da sensação foi mais significativo ainda... Quase ninguém compartilha das coisas que eu gosto. E dá mesmo vontade de fazer o que ela fez, sair de perto de toda essa gente que não compreende e nem tá aí para o que ele também não entendia, e ela explicou com uma única palavra "apreço!”.

Mas a história que mais me chamou atenção, e que não por acaso me surpreendeu hoje de manhã quando fui procurar a trilha pra baixar (porque eu adorei, me deu aquela velha sensação conhecida de ser transportada pra um lugar através da música, além daquelas paisagens lindíssimas) foi a que trouxe essa fala: "e de tanto se comportar como apaixonado, ele se apaixonou por ela de novo"

Como diz um amigo meu, "um filme muito gente", quando ele se refere ao fato de o filme ser puramente humano, e é como a última personagem fala, "triste, mas feliz!" Valeu por indicar (mais uma vez!)

Recortes... (com muitas reticências)



Dia desses, conversávamos sobre o quando não há envolvimento. Quando não se envolvem, fazem recortes... Recortam e ficam somente com aquilo que é mais bonito...

“Você metade gente e metade cavalo. Durante o fim do ano cruza o planetário. Cavalga elegância, cabeça em pé de guerra mansa. Nas mãos arco e flecha. Meu coração aguarda e acompanha seu itinerário.”
”Você jamais me perguntou de onde eu venho e pra onde vou. De onde eu venho não importa, já passou. O que importa é saber pra onde vou. O que eu tenho é quase nada, mas tenho o sol como amigo. Traz o que é seu e vem morar comigo. Aqui é pequeno mas dá pra nós dois. E se for preciso a gente aumenta depois. Tem um violão que é pra noites de lua, vem morar comigo....”
“De você sei quase nada, pra onde vai, ou porque veio. Nem mesmo sei qual é a parte da sua estrada no meu caminho. De nós dois não sei mais nada.”
“Você é um avião e eu sou um edifício, eu sou um abrigo e você é um míssil, eu sou a mata e você é a moto-serra. Você é o fósforo e eu sou o pavio. Você é um torpedo e eu sou um navio. Você é o trem e eu sou o trilho. Eu sou o fogo e você é a gasolina.”
“Eu conheço todo jeito, todo o vício, sem te tocar. Choro indo, choro vindo. Conheço o fascínio, alto de altar. Desconheço a certeza que lhe fez exagerar. Lavrador ou semideus, queima de amor, seja como for, tema de amor... Meu amor...”
“Se tudo passa, como se explica o amor que fica nessa parada? Amor que chega sem dar aviso, não é preciso saber mais nada.”
“... É bem do jeito que eu gosto...”

Acho que estou começando a me interessar pelas partes que vão além dos recortes....

A razão do meu afeto


O amor de verdade não é ideal, porque é de verdade.
Não está nos finais felizes dos filmes. É o amor da vida real, desafiado pelo ritmo veloz do nosso tempo. O amor de verdade está vivo, em movimento, é o amor cultivado por nossos gestos, do jeito de cada um.
Qual é o gesto que coloca o seu amor em movimento?
(...)
Gestos que colocam o amor em movimento...
O amor de todos os dias
O amor da vida real, imperfeito, por que é de verdade, cultivado com gestos, do jeito de cada um.
Qual o gesto que coloca o seu amor em movimento?
Natura – Bem estar bem. Propaganda “Amó” 2010.
            As pessoas gostam de palpitar, não?... O que mais tenho ouvido ultimamente é: “eu no seu lugar não conseguiria estabelecer, manter, ter algo assim, tão distante!”
            Me pergunto bastante – qual é a distância com a qual essas pessoas não saberiam lidar? A distância física?... Creio que sim! Também não sei se posso chamar isso de maturidade, mas tendo passado tantos anos numa relação onde a presença física era constante, imposta e até sufocante, acho que adquiri, não uma aversão à necessidade da presença do outro, mas um entendimento mais claro da necessidade que se tem disso e do papel que ela, a presença, determina nas relações.
Acho a vida tão cheia de tantas outras coisas – a correria e loucura do trabalho, das coisas que estudamos e aprendemos, os pequenos prazeres dos filmes que assistimos, das músicas que ouvimos, das conversas que temos com os amigos, com os pais, que não consigo me imaginar atribuindo à outra pessoa a única razão do meu afeto (não que ela não tenha lá o seu lugarzinho cativo). Acho que é aí que mora a saúde das saudades que sinto!
            Há muitas coisas que dão muito certo, justamente por serem assim – distantes. Mas entendo também que isso depende muito dos envolvidos. Não criticando os que assim se estabelecem, mas acho que não sou do tipo que aprecia um anseio conflitante de todo santo dia estar com aquela pessoa. A minha “saúde de relacionamento” não pode ser medida pela quantidade de vezes que fico com quem eu gosto, e sim pelo que ocorre quando isso acontece e também pelos espaços que existem entre um encontro e outro (e que grandes e longos espaços) – são os gestos!
            Tá bom, que abri esse texto com citação da campanha da Natura desse ano que faz largo uso da palavra “amor”. Ta, admito também que ainda sou meio caretinha pra colocar essa palavra no meu vocabulário e não raro, desconfio e me assusto com ela. Mas é que achei tão significativa essa propaganda!
            Queria mesmo dizer pra essa fila de gente que não entende meus atos - Olha só, gente... Eu sou tão humana quanto vocês e assim sendo, tenho sim minhas fraquezas e as admito todas, como por exemplo – é claro que eu sinto saudades, que tenho rompantes de sair correndo só pra ganhar um beijo, um abraço e tudo que vem depois (ai, ai, ai!), mas cheguei à conclusão que a manutenção da minha felicidade, da minha satisfação é pouca, barata e simples.
            Não faço exigências (detesto). Daquelas que impõe que saudável mesmo é morar pertinho, ser vizinho se possível e ir um à casa do outro religiosamente! Ora! Muita pretensão supor que as pessoas que gostamos devem estar sempre ao alcance de uma ligação – olha o tamanho desse mundo, pra começo de conversa! Tem coisas simples que me abrem sorrisos e os sustentam por dias seguidos – são os tais gestos... E os gestos são de tantos tipos, mas não podem (pelo menos pra mim) serem daqueles que são ditos o tempo todo, toda hora. Tem gente aos pacotes por aí que fala coisas lindas só pra cumprir uma espécie de protocolo dos relacionamentos. Como se houvesse um livro de regras a seguir. Se não sente, não fala, pôxa! Mas muito me pergunto – e aqueles que até sentem, sabem disso, mas não dão demonstrações? Por menorzinha que seja? O que será que acontece? Será que serão talvez, injustamente para sempre tachados daqueles “que estão apenas curtindo”? Será? Será que é tão simples assim?
Só sei que gestos têm que ser únicos, daqueles que tem significado só entre os dois. E eu só queria terminar isso aqui com um, que pra mim é super significativo:
“E quando eu estiver fogo, suavemente se encaixe!”

For the times, they are changing...



Quando cheguei algo muito estranho aconteceu... Abri a porta do quarto e tomei um susto! Tudo era novo, tudo era diferente pra mim! Após duas semanas longe daquele lugar que era tão familiar, estava tudo exatamente onde deveria estar e da mesma forma que deixei, então como poderia isso ser estranho? O quarto não mudou! O que mudou então, o que havia de novo e de diferente ali? - Meus olhos, meus olhos é que estavam bem diferentes, foi o que constatei.
Observei bem o que mais chamava a atenção da estranheza do meu olhar e às coisas com as quais havia me desacostumado – há uma cama, ou seja, quando me levanto pela manhã ou as várias vezes durante a madrugada, sem sono, eu me sento, e não me agacho como no colchão de poucos dias atrás. Na cama, há vários travesseiros, com os quais me acostumei e cheguei mesmo a pensar que sem os quais eu dormiria mal... tsc, tsc.... Há também uma mesa de computador com uma cadeira confortável, na qual eu me sento, com postura ereta para fazer o de sempre – preparar e corrigir aulas, falar com meus amigos, ler e responder meus e-mails e a descoberta mais fantástica e recente – excluir todos os sites de relacionamentos que eu tinha. De repente me pareceram tão vazios e sem propósito, que os excluí imediatamente... E que alívio ao fazê-lo! Que boa a sensação de perceber que não faz sentido nenhum possuir algo que expõe tuas fotos, teus gostos, tuas escolhas para os outros e que não diz nada a você mesmo.... Há ainda, lugares para todas as minhas coisas – prateleiras para meus livros, armários para os meus sapatos, guarda roupa e gavetas para minhas roupas e acessórios. E quanto de tudo isso há! Sinto falta da época em que comprava qualquer coisa, por que de fato precisava dela. Como um novo par de tênis, por exemplo... Só os comprava, porque os que eu tinha rasgaram. Agora tenho tantos pares de tantas coisas que eu nem precisava, mas ainda assim adiquiri! Senti que quase tudo que havia ali era desnecessário e que além disso, me faziam sentir presa e necessitada de tudo aquilo. Me senti até mal no meio de todos aqueles supérfluos e muito me perguntei se eu sobreviveria sem tudo aquilo... E de verdade, eu quis novamente tentar – tentar estar em lugares onde tudo aquilo que me parece familiar não está comigo e tem que ser adaptado ou substituído por coisas e também atitudes mais simples. Pude ver o quanto nada daquilo me fez falta e dessa forma, também percebi a única coisa que me fez uma certa “falta” e que me botou pra pensar nestes dias.
Eu ouvi algo há um tempo que ainda não está completamente digerido, por assim dizer. Não porque tenha sido dito de forma complicada, na verdade foi bem direto e claro. Eu é que ainda me demoro a entender o real significado que isso tem pra mim. Bom, a única coisa que me causou estranhamento por não estar mais ali, que me fez dizer “puxa, mas onde está isso?” foi minha cachorra, que morreu três dias antes de eu partir. E foi exatamente essa falta que me lembrou o dito que me põe agora a pensar.
(A fala em si, caro leitor não é para estar aqui, reproduzida ao pé da letra. E é sim, porque não quero dividi-la com ninguém! Quero apenas escrever sobre, produzir um desabafo, por achar sim, que sou um pouco mais que apenas um recorte daquilo que se vê)
Estou vendo uma espécie de processo contrário acontecer comigo. Não que eu de repente tenha desgostado de cães, eu ainda gosto! Mas gosto também de muitas outras coisas, não é um único e limitado gostar. Vejo que eu também achei por muito tempo, que iria eternamente gostar de todos eles, incondicionalmente, me limitando assim às tais explicações-clichês que todos dão – “cachorros são amáveis, carinhosos, presentes, fiéis, obedientes e sobretudo, não promovem falhas de comunicação”. Mas vejo que não foram tais explicações que me fizeram incorporar tanto esse universo à minha vida. Vejo que foi porque havia nela uma personalidade que me fazia feliz e que não se encontra tão facilmente em seres da mesma espécie. Engraçado, como tudo na vida é assim, até pra criaturas tão previsíveis como os cães...
(...)" e não critiquem aquilo que não podem entender, pois os tempos estão mudando..."