O amor de verdade não é ideal, porque é de verdade.
Não está nos finais felizes dos filmes. É o amor da vida real, desafiado pelo ritmo veloz do nosso tempo. O amor de verdade está vivo, em movimento, é o amor cultivado por nossos gestos, do jeito de cada um.
Qual é o gesto que coloca o seu amor em movimento?
(...)
Gestos que colocam o amor em movimento...
O amor de todos os dias
O amor da vida real, imperfeito, por que é de verdade, cultivado com gestos, do jeito de cada um.
Qual o gesto que coloca o seu amor em movimento?
Natura – Bem estar bem. Propaganda “Amó” 2010.
As pessoas gostam de palpitar, não?... O que mais tenho ouvido ultimamente é: “eu no seu lugar não conseguiria estabelecer, manter, ter algo assim, tão distante!”
Me pergunto bastante – qual é a distância com a qual essas pessoas não saberiam lidar? A distância física?... Creio que sim! Também não sei se posso chamar isso de maturidade, mas tendo passado tantos anos numa relação onde a presença física era constante, imposta e até sufocante, acho que adquiri, não uma aversão à necessidade da presença do outro, mas um entendimento mais claro da necessidade que se tem disso e do papel que ela, a presença, determina nas relações.
Acho a vida tão cheia de tantas outras coisas – a correria e loucura do trabalho, das coisas que estudamos e aprendemos, os pequenos prazeres dos filmes que assistimos, das músicas que ouvimos, das conversas que temos com os amigos, com os pais, que não consigo me imaginar atribuindo à outra pessoa a única razão do meu afeto (não que ela não tenha lá o seu lugarzinho cativo). Acho que é aí que mora a saúde das saudades que sinto!
Há muitas coisas que dão muito certo, justamente por serem assim – distantes. Mas entendo também que isso depende muito dos envolvidos. Não criticando os que assim se estabelecem, mas acho que não sou do tipo que aprecia um anseio conflitante de todo santo dia estar com aquela pessoa. A minha “saúde de relacionamento” não pode ser medida pela quantidade de vezes que fico com quem eu gosto, e sim pelo que ocorre quando isso acontece e também pelos espaços que existem entre um encontro e outro (e que grandes e longos espaços) – são os gestos!
Tá bom, que abri esse texto com citação da campanha da Natura desse ano que faz largo uso da palavra “amor”. Ta, admito também que ainda sou meio caretinha pra colocar essa palavra no meu vocabulário e não raro, desconfio e me assusto com ela. Mas é que achei tão significativa essa propaganda!
Queria mesmo dizer pra essa fila de gente que não entende meus atos - Olha só, gente... Eu sou tão humana quanto vocês e assim sendo, tenho sim minhas fraquezas e as admito todas, como por exemplo – é claro que eu sinto saudades, que tenho rompantes de sair correndo só pra ganhar um beijo, um abraço e tudo que vem depois (ai, ai, ai!), mas cheguei à conclusão que a manutenção da minha felicidade, da minha satisfação é pouca, barata e simples.
Não faço exigências (detesto). Daquelas que impõe que saudável mesmo é morar pertinho, ser vizinho se possível e ir um à casa do outro religiosamente! Ora! Muita pretensão supor que as pessoas que gostamos devem estar sempre ao alcance de uma ligação – olha o tamanho desse mundo, pra começo de conversa! Tem coisas simples que me abrem sorrisos e os sustentam por dias seguidos – são os tais gestos... E os gestos são de tantos tipos, mas não podem (pelo menos pra mim) serem daqueles que são ditos o tempo todo, toda hora. Tem gente aos pacotes por aí que fala coisas lindas só pra cumprir uma espécie de protocolo dos relacionamentos. Como se houvesse um livro de regras a seguir. Se não sente, não fala, pôxa! Mas muito me pergunto – e aqueles que até sentem, sabem disso, mas não dão demonstrações? Por menorzinha que seja? O que será que acontece? Será que serão talvez, injustamente para sempre tachados daqueles “que estão apenas curtindo”? Será? Será que é tão simples assim?
Só sei que gestos têm que ser únicos, daqueles que tem significado só entre os dois. E eu só queria terminar isso aqui com um, que pra mim é super significativo:
“E quando eu estiver fogo, suavemente se encaixe!”
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