sábado, 12 de novembro de 2011

            Quando eu ouvi pela primeira vez “Formato Mínimo” do Skank, me perguntei se por um acaso, Samuel Rosa tivesse se inspirado em “Construção” de Chico Buarque, por conta do uso das proparoxítonas ao final de cada verso. Talvez tenha sim se inspirado, senão seria muita coincidência.

            E nesse clima de “nada se cria, tudo se copia”, mas na melhor das intenções criativas, eu estive pensando: Sabe quando você ouve uma música, vê nela algo familiar e sente vontade de escrever algo com base naqueles dizeres?... Bom, eu pelo menos sinto! E irremediavelmente escrevo...

Às vezes, voltando andando do trabalho
Vejo e escuto coisas
E penso em tudo que está fazendo
Na minha cabeça, eu imagino as coisas que te diria

Quando chego em casa
Tudo o que quero é dormir
E eu sinto falta das suas malas exageradas
E do jeito que se veste

Você não vai se convidar a aparecer?...
Pare de bancar a sumida!

Você arranjou um cantinho pra morar?
Vai mesmo sair do país?
Comprou vestidos e sapatos novos?
Espero que encontre alguém
Que acerte as coisas pra você

Você continua não sendo nada objetiva?
Cozinhando tudo?
Falando e cantando em inglês, às vezes em espanhol?...

Terminou aquele livro, aquele bordado?
Ainda indo de bicicleta para o trabalho?
Espero que ainda esteja escrevendo

És infinita, sensível, linda
Estou com saudades e penso tanto em você

Despreocupo-me logo em seguida
Penso em como te perguntaria
(...)
Durmo e acordo...

Sempre me pergunto o que move a inspiração de um compositor. E acho interessante que muitas vezes não é nenhuma das razões que supomos. Essa mesma, por exemplo, uma aluna muito perspicaz me disse que na verdade, não são os pensamentos dela com relação à garota que dá nome à canção. E sim o desejo que esta mesma garota tem de que o outro sentisse essas inquietações a seu respeito. Nas palavras da aluna: “É ela!”Como quando o Chico Buarque escreve com um eu-lírico feminino, só que aqui ao contrário, entende?...

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