Da minha demasia humana – Parte (sei lá qual...)
Ontem senti uma necessidade enorme de ficar sentada por todo sempre, olhando com os olhos cegos, parados, assistindo.
Não conseguia me lembrar das coisas, como se de repente me desse conta que estava ali há minutos, horas, como acontece como os loucos nos filmes. Revivi vários momentos da minha vida em flashes difusos, como os drogados que já perderam a percepção da realidade. Naquele momento, tudo o que eu me apegava era se as pessoas todas passando pela minha frente pensavam, consideravam as mesmas coisas que eu. Considerei o que faz as pessoas felizes, o que as move e o que e quem elas querem manter por perto.
E em um dos acessos mais loucos da existência eu pensei que estamos perto do Natal, do Ano Novo, que essas datas sempre são estranhas pra mim, que mais um ano se finda, que este aqui está imensamente diferente do anterior e que eu não dou a mínima importância para isso, mas eu não queria ficar triste. Porque minha tristeza é daquelas fundas que nunca se apegam ao momento presente - revive todas as tristezas para que elas juntas façam algum sentido. E eu quis comprar sapatos, eu quis rir risos alegres, eu quis cozinhar, eu quis as coisas simples porque sei que elas que me fazem felizes.
Foi quando ontem eu quis me abrir, eu quis falar, quis conversar, e as palavras morreram na garganta, com o cansaço dos que lutam a guerra contra o invisível, e resolvi só ir pra casa e dormir.
Porque me lembro agora que só faço merda, que sou invisível, que sou só mais uma, que sou só - só eu.
Creio que a questão é a sua singularidade. Ela faz de vc uma pessoa única. É a sua marca pessoal. Cá entre nós, é instigante...
ResponderExcluirNão se trata de solidão, querida....mas de autenticidade e originalidade.
Esta questão remete a uma outra: precisamos aprender a ser só, ou melhor, a só ser???