Introdução:
Não tem muito tempo, eu escrevi sobre o quão criativamente apelidos surgem. Eu nunca tive um, mas já coloquei vários. Creio que em algum momento isso acontece com você, não é?... O último que coloquei foi para uma amiga que acho extremamente delicada. O apelido tinha referência açucarada – docinho de côco.
Tudo vai se misturando... Não muito tempo depois de batizá-la com o apelido, comecei a escrever um texto sobre Foucault e contei a ela, que me perguntou: “O que é isso!?” Por causa disso, Henrique teve uma epifania e me escreveu: “Você é também uma espécie de doce, mas um docinho intelectual, você é o Petit Foucault!”
Com isso, além do apelido ganhei na verdade uma personagem para escrever na terceira pessoa. Sempre quis!!!
As Aventuras de Petit Foulcault – Parte I:
No Confortável Mundo Coletivo
Estava Petit Foucault caminhando por aí, pensando na vida, quando de repente avistou uma multidão vindo em sua direção. A princípio achou muito estranho tantas pessoas vindo na direção “oposta”. Concluiu esta parte do “oposta” rapidamente, porque estava em visível e notável desvantagem em quantidade. Portanto, deveria ser ela a errada.
Resolveu cruzar a multidão e não desviar. E enquanto o fazia notava os olhares e comentários indignados dos participantes. Rostos e vozes de estranhamento que quase se juntavam em um coro uníssono e unânime que dizia: “ih, tadinha, essa aí tá perdida”. E foi justamente isso que começou a intrigar Petit Foulcault - Como podia um número tão grande de pessoas migrando para a mesmíssima direção e não surpreendentemente com a mesma opinião?... Estaria ela errada por ser a única do lado mais uma vez, importantemente aspado “contrário”?
Concluiu Petit Foucault que tomar aquela direção contrária não era mesmo uma escolha fácil, ainda mais levando-se em conta a pressão que era tanta gente junta dizendo coisas que lhe soavam comuns e iguais. E desta forma, mesmo sabendo não se tratar de uma decisão fácil – a de ser uma espécie de párea, era preferível do que estar junto de uma massa de cordeiros que seguem todos para um mesmo rumo e pensam exatamente igual. E quando não pensam igual, tratam logo de se encaixar para não se verem sozinhos do estranho lado de fora.
É mais confortável, percebeu também. O que fez com que sua escolha fosse mais difícil, mas ela sabia que ainda à frente desse caminho, muitas outras histórias haveria de observar e com elas aprender, afinal essa mesma multidão se ocupa muito de incomodar quem não pensa como todo mundo.
Continua...
Não vejo a hora de ler o próximo capítulo. Prometo que me manterei como a massa ou como a figura clássica da Mafalda (ciega, sorda y muda).
ResponderExcluirÉ o seguinte, Fabinha!
ResponderExcluirTens mais é que botar prá fora tuas entranhas mermo!
Uns pintam,outros compoem e tu escreves!
Viva o teu vômito existencial!!!!